Sedimentos da dragagem do canal do Porto de São Francisco serão usados para alargamento da Praia de Itapoá
Um fato inédito no Brasil acontecerá no Norte de Santa Catarina: uma praia será beneficiada pelo material dragado das obras de aprofundamento e alargamento de um canal marítimo. O acordo foi assinado nesta quinta-feira, 9, em Itapoá, entre o Porto de São Francisco do Sul e a prefeitura local e será publicado no Diário Oficial do Estado nos próximos dias.
Os 15 milhões de metros cúbicos retirados do canal de acesso à Baía da Babitonga servirão para o engordamento de toda a faixa de areia da orla do Município de Itapoá que, nos últimos anos, tem sofrido com erosão marítima.
“Será a primeira vez no país que os sedimentos de uma dragagem portuária terão como destino o alargamento de uma praia”, comemorou o presidente do Porto de São Francisco, Cleverton Vieira.
A obra, orçada em R$ 215 milhões, será iniciada após a autorização do Ibama que, desde 2015, acompanha o projeto e tem recebido os diversos estudos de impacto ambiental do empreendimento, realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias e pelo Porto de São Francisco.
A profundidade do canal de acesso ao complexo portuário da região Norte do Estado passará dos atuais 14 metros para 16 metros e permitirá a navegação de embarcações de até 366 metros, que exigem calados de 14 metros.
Desenvolvimento econômico
“Esta obra pioneira é aguardada há mais de uma década por toda a comunidade itapoense, por causa dos inúmeros ganhos econômicos e sociais que trará para o município”, afirmou o prefeito de Itapoá, Marlon Neuber, durante a assinatura do memorando de entendimento para uso benéfico do material dragado.
O evento ocorreu em Itapoá, na presença de autoridades locais e representantes da população, que lotaram o auditório da Casa de Cultura.
Além do presidente Cleverton Vieira, também participaram da cerimônia os diretores do Porto Reinaldo Ferreira (Operações e Logística), Wladimir Fey (Administrativo), o gerente de Meio Ambiente, Oscar Schmidt, e o assessor jurídico, Daniel Gebler.
“Ao invés de dispensar a areia num bota-fora marinho conseguimos aproveitar este material de ótima qualidade em benefício da Praia de Itapoá, favorecendo o turismo da região”, disse Oscar Schmidt, que participou ativamente do projeto, iniciado há mais de uma década.
Já o advogado Daniel Gebler afirmou que a obra será um marco para a região Norte do Estado. “Busca-se fazer investimentos de forma sustentável, permitindo o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e respeito ao meio ambiente”.
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